segunda-feira, 31 de maio de 2010

Verdade, mentira . . .

Mais vale a verdade,
a mentira não vale nada.

Vale mais a rija verdade,
a verdade que magoa e fere.

Mais vale a verdade,
do que a podre e desmedida mentira.

Vale mais a verdade na vida,
do que a verdade no amor.

A verdade na vida,
pode ser o melhor,
o que nos mantém queridos.

A verdade no amor,
pode ser o assassino.

A mentira no amor,
é vulgar,
barata,
dispensável.

Mais vale uma dádiva de sinceridade,
do que uma dádiva de falas mansas.

Oh,
oh se vale mais uma verdade.

Perigosa verdade,
que na vida é tão mentirosa de existir.

terça-feira, 25 de maio de 2010

No amor

Podemos fazer o que queremos fazer.
Podemos querer o que queremos ter.
Podemos ver o que nos apetece olhar.
Podemos sentir o que nos apetece abraçar.
Podemos pisar o que nos apetece esmagar.
Podemos amar quem não nos quer assim.
Podemos perder o que nunca quisemos ter.

Podemos tudo, menos morrer.

No amor.

Porque por amor,
sentims dor.

Por ele,
deixamos de comer.

Por isso,
deixamos de sentir o resto,
o que vem de fora,
o que nos é exterior,
o que nos causa outra dor.

Pois não há dor igual á do amor.

Não há dor igual há da morte.

Não há dores iguais.

Não há dois iguais,
não há palavras a mais,
no amor,
não.

Amor é amor,
amor é sobre amor,
não é sobre gente.

É só amor.

Y

only love





Ver diferença não é sentir diferença.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Vão

Em vão,
apenas isso.

Vago e escuro vão.

Foi lá que te dei a mão,
foi assim que me pisaste o coração,
foi com ele que me aqueceste a ilusão.

Em vão me deste amor,
em vão me fizeste amar-te,
em frio e cru vão não te consigo esquecer.

No vão das escadas te vi,
no vão da vida me perdi,
só por ti,
meu amor.

Para sempre,
em vão.

Sem razão.

Perdão...

domingo, 16 de maio de 2010

Coração mole, de manteiga. Posso derretê-lo?

Tu és a única excepção,
a excepção que me chama a razão,
mas jamais a voz da razão.

Tanto erro que por ti corre,
tanto erro que de ti vem,
tanto erro que por ti tens.

Coração?
Não vejo onde.

É pedra?
Por raras vezes se mostra assim.

Coração mole?
Mais isso que duro.

Deixa-me derrete-lo até á exaustão.

Dá-me a mão,
amor meu.

Larga a excepção,
esse enorme perdão.

Acerta o compasso do teu,
afinal,
mole coração.

Coração de manteiga,
que eu vou derreter,
quando o puder ter.

sábado, 15 de maio de 2010

Amor no calvário.

Y

Eles um calvário,
aquela casa um maior calvário ainda.

Ela com um calvário ás costas,
ele com um calvário no coração.

Tanta janela se estraga,
tanta porta se gasta,
tanto chão se esgota,
tanta parede se perde.

Tanto amor,
amor de calvário.

Ódio?
Ódio nem vê-lo.

Nem vê-lo,
mas na mesma,
um enorme calvário.

Sem se perceber,
o amor deles existe num calvário.

No calvário do amor.

Não sei como,
mas sim.

Será amor calvaresco?
Existe?

Não entendo.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A terra onde o Nunca é Tudo...


Bem alto,
lá para cima,
para os píncaros da terra e da vida.

Onde o sol beija a água,
onde a terra trinca o céu.

Onde tu e nós amamos,
onde ele e ela casam.

Na terra Onde o Nunca é Tudo.

Tudo e mais nada.
Tudo sem mais querer.

Terra onde Tudo nada faz para Viver,
pois o Nunca não o deixa morrer.

Tudo e Nunca,
lá em cima,

Bem perto um do outro,
bem longe cá de baixo.

Na terra onde o Nunca é Tudo.

Cá em baixo,
onde o nada é quase tudo.
Onde o Tudo é pouco mais que nada.

Onde tudo é um beijo,
onde nunca existe uma palavra.

É raro menos que isso.

Y

terça-feira, 11 de maio de 2010

Frase minha #2

A felicidade de outrem não se mede pelo sorriso, muito menos pelo tamanho do estômago.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Frase minha #1

Não acredito numa boca ou numa voz quando a cara não se dá ás palavras.
"O espírito não tem rugas" - Ruy de Carvalho

domingo, 9 de maio de 2010

Foi a 07.05.10




Hoje soube que alguém de que gostava e fazia de alguma forma parte da minha vida faleceu. Claro que me custou.


Num cantinho pequeno algures dentro do meu amor, havia um espacinho para ele.


Por muito pequeno e remoto que fosse, havia. E é inevitável que não aconteça.


Amigo de familiares, amigo de amigos, amigo dos amigos dos meus amigos. E, claro, meu amigo.


Dói e vai doer até me esquecer. Não sei quando será, mas sim.


Pelo homem que era e pelo amor que dava a quem o tinha e não tinha, eu dedico-lhe este humilde excerto que só por mim foi escrito.


E, é claro que nunca me vou esquecer dos rebuçados, por ele atirados com amor aos seus protegidos.


quinta-feira, 6 de maio de 2010

A sala chata mas linda...

Ora uma jarra ali,
Ora um bibelô acolá,
Ora uma vela cá,
Ora um candelabro aqui.

Olhem só a sala mais bonita que já vi,
Vejam só a mais bonita sala que já olhei.

Linda a sua cara.
Olhos, nariz, boca, orelhas, pés, tudo.

Eu por cá, ela por lá.
Longe.

Na mesma sala.
Na chatice da mesma sala.

Sala que já disse que é exímia e tão bonita.
Mas sala que é chata como quem a visita.

Sala minha, nossa, tua.
Bem, de todos.

Venham e sentem-se.

Não se chateiem que já sabem que é bela.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Apeteceu-me


PARA OS GORDOS, PARA OS MAGROS, PARA OS GULOSOS E PARA QUEM TEM FOME.

Menina do rio, no rio...

Andava por ali a nadar, no meio de duas colinas com verdes escuros claros e mais ou menos disso também. Salpicada de verde era a paisagem, onde o sol de tarde batia reflectindo a mais terna e pura luz.
Por onde ela se boiava havia corrente e ondas. Ondas que embatiam nas rochas delineadoras do leito daquele rio fino e longo. Ondas que criavam espuma como quem cria caspa da cabeça seca ter. Ondas que se atiravam contra a dureza dos rochedos como se quisessem deixar de existir por ali.
Jangadas de madeira velha e podre passavam ao fundo do horizonte, mal se viam. Em cima delas remavam seres estranhos, desconhecidos, mal vistos. Tinham tranças e pele escura mais nada se percebia.
Por baixo dela morriam peixes e vidas. O logo deixava de vir a superfície. Algas de água doce amargavam deixando de ser melosas.
Ali a boiar olhava o céu de nuvens claras por onde pássaros voavam espalhando o cheiro de suas penas secas. Não lhe faziam alergias.
Ao longe ouviam-se músicas festivas, sons de trompetes e pandeiretas não sei mais o quê. Talvez uma voz de alguém, esganiçada, a cantar qualquer coisa feia ou menos bonita.
Cada vez mais o sol descia e se punha, cada vez mais as ondas se atiravam ás paredes daquele rio, cada vez mais pássaros voavam por ali, cada vez mais nuvens se viam, cada vez mais jangadas passavam, cada vez menos respiração ela tinha, estava cansada.

E mais não vos digo, porque também não o mais sei...

mensagens anteriores

direitos de autor reservados - em caso de abuso têm direito a ser processados - é bom saber

Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

novo contador de visitas - iniciado a 2 de Abril de 2010 - continuem a lêr-me que eu gosto

Seguidores