quinta-feira, 5 de agosto de 2010

amor de praia

Dia,
Calças claras com pinças,
Justas e arregaçadas.

Camisa ao xadrês,
meias rotas no fundo.

Óculos escuros,
tartaruga.

Sapatos brancos,
solas claras.

Eu,
Sentado na areia da praia.

O mar de conchas bordado,
O gelado a derreter-me nas mãos.

Eu a pensar,
Sem sorrir.

A sentir saudades,
e elas a deitarem-se no meu peito.

A mexer na areia,
Como ela fazia.

Não havia pedras,
Só por trás de mim.

Mais gente na praia,
rir, falar, mergulhar, correr.

Eu,
parado sem olhar.

Não vi mas lembro-me,
não sei como mas é assim.

Sem pensar em nada,
apenas nela.

Com o olhar nas próprias pálpebras,
de cabeça para baixo.

Pernas cruzadas,
mãos em torno dos joelhos.

A respirar,
devagar.

Ainda com saudades,
muitas e dela.

O vento deslizava pelo meu cabelo,
como o meu pensamento deslizava por ela.

O silencio do mar,
a começar a aparecer.

O calor da areia,
quase a desaparecer.

Farto,
levantei a cabeça.

Sem mãos,
levantei a cabeça.

Olhei,
e parecia ela ao fundo.

No meio do horizonte,
calada e sozinha.

Pus-me de pé,
calçado.

Caminhei,
logo corri.

O gelado caiu na areia,
Eu cai em mim.

A correr perdi um sapato,
para a ganhar a ela.

Abri os braços,
ela os seus.

Cai-lhe nos ombros,
beijou-me.

Morri nela,
nasceu outro amor.

De ninguém,
na praia,
com ela.

domingo, 1 de agosto de 2010

. . .

Porque é que não me lembro de não existir ?

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