tag:blogger.com,1999:blog-90487707696842502342024-03-05T09:50:50.839-01:00francisco hipólito magalhãestocaste à porta e eu abriFrancisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.comBlogger163125tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-70844265118769244802011-05-03T01:57:00.002+00:002011-05-03T01:58:56.192+00:00Obrigado leitores!Obrigado a todos aqueles que lêm ou alguma vez leram o meu blogue . E não se trata apenas de ler palavras, trata-se ainda de sentir emoções e ouvir histórias .<br />Muito obrigado a todos pela vossa simples leitura.<br /><br />F H MFrancisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-28523646967663203282011-05-03T01:36:00.003+00:002011-05-03T01:40:15.243+00:00caféa mesa era verde,<br />de metal.<br />as chávenas brancas,<br />lisas.<br /><br />ela tinha baton vermelho,<br />quente e doce.<br /><br />o café amargo e grosso,<br />forte.<br /><br />eu disse-lhe que não,<br />franzi o sobrolho.<br /><br />ela olhou-me friamente,<br />o meu café arrefeceu.<br /><br />virei-me de lado,<br />abri o ouvido.<br /><br />ela disse que me amava,<br />baixinho.<br /><br />sorri calado,<br />sózinho.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-87037933550822293212011-04-17T02:21:00.003+00:002011-04-17T02:27:18.721+00:00o dia inteiro parvaQuente, um calor demente que nao sarava nem de um dia para o outro, as horas passavam e os sois caminhavam.<br />Alem do mal que lhe fazia insistia em ficar ali sentada fixada nele sem ele se conseguir fixar em nada. Como uma luz sem sombra por onde creste um fim.<br />De mao por de baixo do queixo olhava as suas proprias palpebras, sem pestanejar nem ver. Ficava ali muito tempo, demasiado tempo. Tanto tempo que se tornava parva.<br />Na calçada marcava a sola com terra do canteiro da frente, fria e humida do inverno que estava.<br />Saia dali sem se mexer, como que se fosse embora em espirito apenas. Ali de perna cruzada com a marca do banco nas nadegas dormentes, coitada, o que sofria e fazia sofrer. Burra.<br />Saiu sem chegar a tempo, perdendo tudo menos a vida.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-46916790671086661872011-03-30T03:23:00.002+00:002011-03-30T03:31:19.076+00:00estavas louca.Saltavas na cama parecias uma pulga em brasa, não paravas quieta. Quase que ias contra as paredes como uma mosca mole de verão, fáceis de esborrachar. <br />Não te lembras?<br />A mim lembravas-me uma tonta. Só te faltava cair ao chão.<br />De seguida caíste claro, com o lençol enrolado ás pernas e aos pés, com unhas vermelhas, de velha.<br />Caíste e riste-te, desalmadamente. Hiena burra.<br />Eu chorava a rir de te ver tão parva e bêbada.<br />Nunca te deviam ter dado três copos de vinho e um martini seguido de cervejas incontáveis. Despejaste tudo para dentro de ti. Parecias um tanque de lavar a roupa, mas estavas despida, completamente louca. A rebolar sobre ti mesma num acto de masoquismo.<br />Caí ao chão também, sóbrio. Não aguentava o estômago de tanto sorrir de gozo de ti! <br />Levanta-te gritava eu. Não ouvias nada. Cantavas musica pimba aos berros. Os vizinhos vieram á janela e estavas a vomitar por todo o lado. Uma porca. <br />Um dia explicas-me porque assim foi? Eu continuo a rir-me de ti e de nós. Que dois. Que trastes. Tu bêbada eu sóbrio, mas pior que tu. <br />Não aguentei! Tive de te arranjar um alguidar, cheirava mal.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-25436625862811618302011-03-29T18:21:00.004+00:002011-03-29T18:49:35.557+00:00não vinhas, esperei e fartei a minha paciencia, por isso fui.finalmente sabia que vinhas<br />sabia que ias chegar<br />até mim<br /><br />dizias que talvez chegasses depois<br />não vens depressa nem rápido<br />fico á espera muito ou pouco<br /><br />falávas á cerca de vires para ficar<br />sem sair mais<br />ficares aqui sentada entre mim<br /><br />chega<br />chega já<br />desejo ver-te num instante<br /><br />pensavas que não ia estar<br />bem estou<br />e não vou andar daqui para lado algum<br /><br />disse-te que chegasses e viesses<br />aliás que viesses e chegasses hoje<br />antes de amanhã <br /><br />atrasavas-te sem querer nem pedir<br />demoravas tanto quanto o sol a dar a sua volta diária<br />tanto quanto eu a acreditar<br /><br />ainda aqui estou<br />sim<br />não vou já disse e sabes<br /><br />a tua chegada está para pouco breve<br />ao que parece<br />estou a perder a vontade de te esperar viva<br /><br />ouvias a voz a chamar<br />ao fundo<br />a dizer "despacha-te"<br /><br />adormeci agora para ti<br />para sempre <br />até que não voltes nunca<br /><br />pedias desculpas esfarrapadas e desleixadas<br />ficavas indignada<br />como um cão sem culpa<br /><br />mas foi tua essa culpa<br />que eu aqui esperei e sem unhas fiquei<br />agora vou eu fugir<br /><br />adiantar a minha viagem sem regresso<br />sem bilhete picado<br />sem te ter posto a vista em cima<br /><br />nem pelo cu do olho te vi<br />assim de lado e de longe<br />nem pela estrada te ouvi a aparecer<br /><br />choravas triste<br />parva<br />estranha<br /><br />desapareci<br />mesmo assim<br />como tu nunca vieste aqui<br /><br />adeus<br />de ambas as partes<br />tristes e partidasFrancisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-72041820056946670382011-03-26T14:32:00.002-01:002011-03-26T14:38:02.341-01:00hoje é sábado...hoje é sábado e a chuva acordou na minha e nossa cidade triste do sol que falta. É sábado e não me vejo na rua. A ouvir músicas dificeis me deito entre as colchas da cama apoiando a cabeça em almofadas lisas. Beber canecas de leite e comer biscoitos fará parte deste dia cinzento, cantar sem gritar aliar-se há ao dia de hoje, menos feliz, onde a chuva vive e cai. <br />Com sombras e luz cinzenta é salpicada a casa atravéz de vidros molhados de pingos finos e fartos. De plantas tenho o móvel amado, estas que tornam o dia de hoje menos triste, apenas um bocadinho, pequeno.<br />De vozes negras encho os meus ouvidos, de alma é feito este dia, sem sol...Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-32473947334095467792011-03-26T03:50:00.003-01:002011-03-26T03:57:52.656-01:00os dois na praia . o interesse e o desprezo .loira e alta, apenas se dirigiu á beira-mar. Saída da esplanada do bar da praia, descalça. Dedo na boca enterrado na areia. De sal lambido de sol colhido. <br />Virou a cabeça para trás, rodada olhava sobre o ombro, arranhando um rapaz no horizonte pensava. <br />Com o vento a soprar-lhe as madeixas piscava o olho.<br />Desprezo o rapaz soltou, com o braço caído agarrando um copo meio vazio, de gim. Na outra mão um cigarro feio, mal enrolado, aceso. De areia entre os dedos dos pés e chapéu branco de palha baixou os óculos de sol e viu, olhando. <br />Ela queria, ele não.<br />Saiu de cena o rapaz, desinteressado. Ajoelhada a rapariga caiu na borda do mar, chorando fechou os olhos de tristeza e fugiu de si mesma, desmaiando na praia, de sol ao fundo.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-79140394133853290412011-03-14T20:41:00.002-01:002011-03-14T20:43:43.155-01:00. . .nem sabe se o sol vai nascer depois<br /><br />nem o campo sabe se vai colher a dor<br /><br />do homem que já não sente sabor<br /><br />já leu que não fez nada<br /><br />sem amar a sua amada<br /><br />com a garganta rija que lhe dói<br /><br />na alma gelada de uma cabeça velha<br /><br />que o mar não suba e caia<br /><br />que as trevas não ardam em seus olhos<br /><br />no amor que a febre sente<br /><br />na saia do caminho de ferroFrancisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-80917987740063759812011-02-19T05:12:00.002-01:002011-02-19T05:16:30.355-01:00tanta coisa.um dois quatro,<br />número de pedras no meu sapato.<br /><br />fio de vela,<br />pavio sem fivela.<br /><br />trio sem brio,<br />escalpe na cela.<br /><br />cebola picada,<br />lágrima derramada.<br /><br />tábua de peixe,<br />espinha de trigo.<br /><br />espiga de peixe,<br />amor de umbigo.<br /><br />canapé de branco,<br />jarra de pé.<br /><br />oito sete um tres,<br />o beijo da ultima vez.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-3710974041628729002011-01-14T00:14:00.003-01:002011-01-14T00:22:39.427-01:00Mesa de Pedestal:A mesa de pedestal estava fria.<br />Ela tinha uma nota na carteira.<br />Um gancho preso á madeixa.<br /><br />Pegou no copo e ficou,<br />em pé quieta a olhar.<br />Tinha os lábios no copo.<br /><br />O vestido era curto,<br />fino e colado ao corpo.<br />Nos seus olhos via-se odio.<br /><br />Seu rosto,<br />de mulher.<br />As pernas,<br />finas.<br /><br />Deixou cair o braço,<br />enfiou a mão na carteira.<br />De lá tirou a nota.<br /><br />No balcão a deitou,<br />pagou a bebida,<br />despejada no copo.<br /><br />O copo a meio,<br />o gancho semi-solto,<br />a madeixa a fujir-lhe.<br /><br />Todo o copo bebeu,<br />de vinho o livrou.<br />Cabeça leve,<br />corpo quente.<br /><br />Caminhou de volta para a mesa.<br />Onde tinha a alma presa.<br />De lábios caiu ao chão.<br /><br />De sangue cobriu a sua mão,<br />de desgosto lhe partiu o coração.<br />Ficou.<br /><br />Morreu de tristeza,<br />ainda com a alma presa,<br />á mesa de pedestal.<br /><br />Fria terminou,<br />quente começou.<br />Foi-se.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-24819102002985512012011-01-04T23:05:00.001-01:002011-01-04T23:06:45.886-01:00numa noite de sono quente.beira sem eira<br />um pé na lareira<br />mãos frias aquecidas ao fogo morno<br /> <br />lã a meus pés<br />cadeira de baloiço<br />tecido ao xadrês<br /> <br />um bater de dentes chato<br />raio de sol no vidro claro<br />fita de pele ao pescoço<br />a pedra no fundo do sapato<br /> <br />canhão de amor ao canto<br />jarra com agapanto<br />farinha fina de trigo<br />amor de coração partido<br /> <br />Francisco Hipólito Magalhães.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-58494604923050887452011-01-03T23:11:00.002-01:002011-01-03T23:14:40.359-01:00Sei lá . . .Numa cama alta pensava enquanto os bolos da lata velha eram comidos em pequenas dentadas. Atirava frases ao ar á espera que estas ficassem coladas ao tecto, insistiam em cair. Olhava á volta com medo que alguém alí estivesse, a difamar. Fazia retratos de sombras com os dedos encarcilhados do frio que havia. Gargalhadas aos pares completavam o escuro que existia. Um olho fechado outro meio aberto. A contar os cliques do relógio que o faziam cantar. Na caravana de madeira roubada na estrada.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-29686903878331892752010-12-25T19:10:00.000-01:002010-12-25T19:11:35.950-01:00O Meu Poema Sem Nome:Não me vou deitar,<br />Nem em vão me vou.<br />Jamais sequer deixar,<br />Esse amor que te cai nas mãos<br /><br />Não vou tomar.<br />Deixa-me pensar.<br />Não vou olhar para ti,<br />Viver esse mal<br /><br />Tu vens <br />E deitas esse amor.<br />Embrulha-lo no cobertor.<br />Tu deixar estar,<br />A vida assim,<br />E não te largas de mim.<br /><br />Sabes que quero ver,<br />Essa pena de te ter.<br />Não me lembro de escolher,<br />Viver sem perder.<br /><br />Nem sei o que é isso,<br />Nem sei o que pisei.<br />Sabes do que falo,<br />Não te dás a alguém.<br /><br />Vem cá,<br />Tu chega cá.<br /><br />Não fujas,<br />Não te vou soltar.<br /><br />Fica aí se for assim,<br />Não queiras saber de mim.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-17523046201988417782010-12-06T03:57:00.002-01:002010-12-06T04:01:32.744-01:00D.Há que deixar ir. Há que guardar lembranças e rever.<br /> <br />Sabemos que se foi, já mais volta. Temos de pensar, no que foi e como foi. Recordar.<br /> <br />Há que existir saudade. Uma saudade imensa que nunca se pode apagar. Mais uma vez, há que recordar. Olhar para fotografias, ver videos, ouvir músicas, comer chocolates, chorar, gritar, amar o passado.<br /> <br />Temos que superar. E temos de ler o futuro que está escrito no passado. Amar sem esquecer. Perdoar a tristeza e deixá-la partir.<br /> <br />Coleciona momentos um a um, e faz o futuro. Construido de memórias e amor.<br /> <br />WITH LOVE fhm.<br /> <br /><3 D.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-25633727583612020962010-11-24T19:33:00.003-01:002010-11-24T19:37:36.768-01:00- é estúpida e não tem dois dedos de testa. -Nunca pensei que acreditar fosse tão dificil.<br />Há quem pense que é só dizer que sim. Não se sabe de onde vem nem porque vem e aparece.<br />Gostava que acreditassem. Fico triste que não. <br />A verdade pode ser muito diferente do que o que talvez pudesse ser. Mas é a verdade. E ninguém é dono desta. A verdade é vadia. Porque o que é verdade é sempre verdade e nunca o deixa de ser a menos que a mentira apareca.<br /><br />Áz vezes dói mais a verdade do que a mentira. E é inacreditável como se acredita mais na mentira. <br /><br />Não sei de onde ela nasceu, mas é estupida e não tem dois tedos de testa.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-13387142823343702232010-11-05T00:41:00.002-01:002010-11-05T00:45:47.268-01:00Des-amorFazia frio quando não fazia calor, não havia um equilibrio.<br />A terra era clara e o ceu escuro que nem almas culpadas.<br />Ela sentia-se só, triste, isolada e despredida. Demasiado desprendida. Chorava.<br />Ele era frio sem alguma vez ter sido quente. Tinha pés grandes e cabelo curto. Era feliz muitas vezes, era feliz demasiadas vezes. Quando chovia era feliz. De tão feliz que era não conseguia ficar triste. Nem sabia o que isso era. Onde morava esse sentimento.<br />Eram diferentes, tinhas coisas diferentes, só uma coisa partilhavam, só uma coisa em comum entre eles havia. O desamor.<br />Morreram...Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-76961877987977670952010-11-04T03:06:00.000-01:002010-11-04T03:08:02.614-01:00FHM - People are Strange<object width="400" height="300" ><param name="allowfullscreen" value="true" /><param name="allowscriptaccess" value="always" /><param name="movie" value="http://www.facebook.com/v/445623101425" /><embed src="http://www.facebook.com/v/445623101425" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="400" height="300"></embed></object>Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-26873080371105970372010-09-25T22:38:00.002+00:002010-09-25T22:41:08.533+00:00SonhosHoje, em sonhos, conheci um tigre sem riscas, que andava enrolado com uma leoa ás manchas.<br />Falei com um burro inteligente que era vizinho de uma gaivota sem penas.<br />Vi um crocodilo sem dentes cuja irmã era uma ovelha loira, loira de permanente recente.<br />Seguidamente acordei apenas querendo voltar a dormir.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-53211850428823692952010-09-25T22:31:00.002+00:002010-09-25T22:37:40.450+00:00Sem palavras.Ela chegou-se perto de mim e não disse nada.<br />Chegou-se ao pé de mim sem uma palavra. Sem uma única palavra escondida na sua boca.<br />Eu não disse nada, a minha voz estava fria, tanto que não existia.<br />O meu pensamento estava quente, quente como a chaleira que assobiava longe, ao lume.<br />Dei-lhe um chá, para ver se ela tinha palavras. <br />Bebeu, logo me dirigiu um obrigado. Eu permaneci calado.<br />Sorri-lhe com o olhar, dei-lhe a mão.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-9814227024557154522010-09-19T16:19:00.000+00:002010-09-19T16:20:27.038+00:00Quando era pequeno pensava que a lua tinha dois lados e que era irmã do sol.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-3460585434692722542010-09-19T16:12:00.002+00:002010-09-19T16:19:13.809+00:00Rir.Não quero chorar, não me apetece, nunca me apetece, fico todo vermelho e com mau ar.<br />Ás vezes faço coisas das quais me rio. Por vezes chega a altura dos outros as fazerem e eu rio-me na mesma. Algumas vezes rio-me de tudo, de outras vezes não me rio nada, de nada.<br />Quando faço coisas que despertam em mim algum certo tipo de piada, sorrio de mim próprio, e tem alguma graça.<br />Gosto de me rir sozinho, posso até gritar e rebolar nos tapetes cá de casa, ninguém vai ouvir ou julgar. <br />Gosto de me rir, rir do que se passa, passou ou vai passar. Não gosto de chorar, desidrata, não gosto de beber água. Tem piada. Estou-me a rir!<br />A sorrir de mim mesmo. Sou um tolo. Escrevo graças sobre piadas, e risos sobre solidão. Sorrio.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-67021222887191856382010-09-19T16:11:00.000+00:002010-09-19T16:12:00.170+00:00Li em algum lado que amanhã o amor vai acabar.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-46989594777519106252010-09-08T17:30:00.002+00:002010-09-08T17:53:42.729+00:00Amor cão...Eles não sabem que o amor é uma prenda de ambos. A prenda mais simples e genuína de todas as que por ai há. Sem embrulhos, papéis, cartões, laços ou laçinhos. Tão simples.<br />Apenas dada um ao outro, não de mão beijada, mas de coração beijado.<br />Chegavam a casa juntos todas as tardes, depois do trabalho. Jantavam juntos todos os dias, Adormeciam no sofá ao mesmo tempo todas as noites. Aparentemente o casal perfeito, perfeita e completamente apaixonado.<br />Casal sem rebentos, sem filhos, nada.<br />Só eles os dois e o cão. Um cão ruivo, pouco peludo, mas amável.<br />O cão não adormecia no sofá, o cão não chegava a casa ao mesmo tempo que os apaixonados donos, o cão não jantava junto deles. O cão era o menos amado, mas quem tinha mais amor para dar. Tinha o amor suficiente para dar e vender, sem preço, o que é um verdadeiro motivo de orgulho, principalmente no mundo cão.<br />O animal já estava velho, ainda assim tinha o mesmo coração.<br />O par de jarras amado tornou-se demasiado egoísta, excessivamente narcisista, altamente egocentrista. Deixaram o amor que tinham pelo seu amigo peludo de parte, a entristecer, a ser vitima da erosão da vida.<br />De desgosto e infelicidade o cão iniciou a sua recta final na vida, começou a perder pelo, a deixar de comer, a deixar de andar, a deixar de ir apanhar o sol matinal de que tanto gostava para o quintal das traseiras. O pobre bicho estava a despedir-se, a começar a acenar, sem ninguém saber ou entender.<br />O casal preocupado, mas pouco. Nem o veterinário lhe pôs a vista em cima. Os donos não mexeram os seus corpos por amor ao seu animal, que tanto os continuava a amar, mesmo depois de tudo, por puro comodismo. O veterinário ficava a 100km . Os três viviam numa vila pequena, isolada do terror da cidade, no meio da paz do campo e seus cheiros alheios.<br />Num fim de tarde chuvoso o cão saiu de casa, saiu pelo jardim das traseiras, foi até ao pinhal, isolando-se. Deitou-se por de baixo de um pinheiro de copa grande, não apanhando chuva.<br />Isolou-se para que os seus donos não assistissem á sua partida, amava-os de mais, preferia que pensassem que tinha desaparecido para sempre do que que tinha morrido, também e obviamente para sempre.<br />Passavam-se horas e o par não sabia do seu cão, mal amado. Procurou na casa toda, não saiu de casa porque chovia a cântaros.<br />Desistiram e conseguiram sentar-se no sofá a ver um filme feliz e a comer pipocas sem qualquer remorso ou sentimento de perda.<br />Enquanto viviam, finalmente sozinhos, o cão ia perdendo a vida entre a terra húmida debaixo do pinheiro triste.<br />O amor cão morreu sozinho, ali, abandonado, sem ninguém saber dele.<br />E saber dele, só eu sei, porque ele por mim foi inventado, para vos contar esta história de amor mal partilhado.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-11877364191523439102010-09-07T19:11:00.002+00:002010-09-07T19:23:40.942+00:00Crónicas de uma insónia...<a href="http://4.bp.blogspot.com/_h2mP2nq0Rjc/R84RgMP3o5I/AAAAAAAABAo/1gGpKUucskI/s400/insonia.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 270px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_h2mP2nq0Rjc/R84RgMP3o5I/AAAAAAAABAo/1gGpKUucskI/s400/insonia.jpg" border="0" alt="" /></a><br />#1<br /><br />Um corpo nunca vem só. Um abraço dá-se a alguém. Um beijo... guarda-se.<br /><br />#2<br /><br />Amanhã é outro dia, e tu? Vais estar viva? Amo-te.<br /><br />#3<br /><br />Era uma vez um ser humano, que morreu de tanto viver.<br /><br />#4<br /><br />E depois, depois do nada vem o não. A ausência de ti no sim. Depois tudo acaba, de repente como quando o vento vem, e dá-se o inicio do ultimo fim.<br /><br />#5<br /><br />Ouve. De lençóis é feita a cama. De paixões é feita a vida. Vem te deitar, acordada.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-9048770769684250234.post-69771120184277317042010-09-04T01:17:00.002+00:002010-09-04T01:24:12.115+00:00Diálogoela - Mal antrei em casa cheirei um perfume que não era o meu, nem o meu nem o teu. Não era o meu de pimenta, nem o teu de baunilha, nenhum dos nossos.<br />ele - Eu sei que não a devia ter trazido cá a casa, sei que não te devia ter traido, sei tudo. Mas mais do que isso tudo, sei que te sei de cor, e também sei que te amo.<br />ela - Não sabes o quento sofri, entrar em casa, ver-te sentado a mesa com outra mulher, de mãos dadas, pratos brancos com pétalas de rosas pirosas. Vê-la a comer com os talheres com que nós sempre comemos, a saliva dela onde não devia existir, o olhar dela em ti, em cima de ti.<br />ele - Não estava em mim, não fui eu, foi um refugio. Foi uma escapatória, uma solução!<br />ela - Uma solução? Traires-me foi solução? Melhor solução seria divorcio, antes de sequer teres tocado nessa mulher. Antes de sequer teres pensado em deixar de me amar, em trocares-me, em humilhares-me.<br />ele - Nunca a amei mais do que a ti, não, isso nunca.<br />ela - Mas amaste. Não foi assim? Amaste-a, nem que um bocadinho, amaste. E isso é o que me interessa, não quero só um bocado do teu amor, quero-o todo. Não quero partilhas de coração, foste um nojento.<br />ele - Perdoa-me, por favor!<br />ela - Não. Não consigo, não dá, tu não me deixas.<br />ele - Eu deixo-te!<br />ela - Não percebes, não entendes.Francisco Hipolito Magalhaeshttp://www.blogger.com/profile/07517583633084735236noreply@blogger.com0