Dia,
Calças claras com pinças,
Justas e arregaçadas.
Camisa ao xadrês,
meias rotas no fundo.
Óculos escuros,
tartaruga.
Sapatos brancos,
solas claras.
Eu,
Sentado na areia da praia.
O mar de conchas bordado,
O gelado a derreter-me nas mãos.
Eu a pensar,
Sem sorrir.
A sentir saudades,
e elas a deitarem-se no meu peito.
A mexer na areia,
Como ela fazia.
Não havia pedras,
Só por trás de mim.
Mais gente na praia,
rir, falar, mergulhar, correr.
Eu,
parado sem olhar.
Não vi mas lembro-me,
não sei como mas é assim.
Sem pensar em nada,
apenas nela.
Com o olhar nas próprias pálpebras,
de cabeça para baixo.
Pernas cruzadas,
mãos em torno dos joelhos.
A respirar,
devagar.
Ainda com saudades,
muitas e dela.
O vento deslizava pelo meu cabelo,
como o meu pensamento deslizava por ela.
O silencio do mar,
a começar a aparecer.
O calor da areia,
quase a desaparecer.
Farto,
levantei a cabeça.
Sem mãos,
levantei a cabeça.
Olhei,
e parecia ela ao fundo.
No meio do horizonte,
calada e sozinha.
Pus-me de pé,
calçado.
Caminhei,
logo corri.
O gelado caiu na areia,
Eu cai em mim.
A correr perdi um sapato,
para a ganhar a ela.
Abri os braços,
ela os seus.
Cai-lhe nos ombros,
beijou-me.
Morri nela,
nasceu outro amor.
De ninguém,
na praia,
com ela.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
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