sábado, 4 de setembro de 2010

Diálogo

ela - Mal antrei em casa cheirei um perfume que não era o meu, nem o meu nem o teu. Não era o meu de pimenta, nem o teu de baunilha, nenhum dos nossos.
ele - Eu sei que não a devia ter trazido cá a casa, sei que não te devia ter traido, sei tudo. Mas mais do que isso tudo, sei que te sei de cor, e também sei que te amo.
ela - Não sabes o quento sofri, entrar em casa, ver-te sentado a mesa com outra mulher, de mãos dadas, pratos brancos com pétalas de rosas pirosas. Vê-la a comer com os talheres com que nós sempre comemos, a saliva dela onde não devia existir, o olhar dela em ti, em cima de ti.
ele - Não estava em mim, não fui eu, foi um refugio. Foi uma escapatória, uma solução!
ela - Uma solução? Traires-me foi solução? Melhor solução seria divorcio, antes de sequer teres tocado nessa mulher. Antes de sequer teres pensado em deixar de me amar, em trocares-me, em humilhares-me.
ele - Nunca a amei mais do que a ti, não, isso nunca.
ela - Mas amaste. Não foi assim? Amaste-a, nem que um bocadinho, amaste. E isso é o que me interessa, não quero só um bocado do teu amor, quero-o todo. Não quero partilhas de coração, foste um nojento.
ele - Perdoa-me, por favor!
ela - Não. Não consigo, não dá, tu não me deixas.
ele - Eu deixo-te!
ela - Não percebes, não entendes.

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