sábado, 10 de julho de 2010

O homem que come pombos. homem sem H grande, porque não o merece.


Hoje sentei-me numa esplanada e bebi um sumo de laranja, soube bem o momento, mas o sumo estava amargo que nem limão.
Estava sentado a desfrutar da vista que não tinha, mas ainda assim estava, na mesa ao lado estavam dois homens, nojentos, mas não os julguei de inicio, apenas lá estavam.
Não os julguei até começarem a falar de pombos, e mais, que comiam pombos. Sim um deles contou que tinha um terraço grande nas traseiras da sua casa e que apanhava pombos, segundo ele, uma vez apanhou cinquenta pombos com uma rede, deu-lhes trigo e apanhou-os a todos, muitos pombos. O amigo que lhe estava ali ao lado perguntou-lhe porque é que não lhes cortava as cabeças, ele tinha a certeza que era mais rápido e fácil. O outro disse que gostava de os depenar vivos, só depois os matava, disse ainda que a carne de pombo é óptima, aliás ele não disse óptima, desculpem o meu engano ele disse, e eu cito "gostosa caralho", sim ele disse isto.
Bem, a mim não me convenceu. Pombo? Depois de saber que são "ratos do ar"? A seguir a conhecer a panóplia de doenças que neles podem morar? Não obrigado, o senhor que fique com os pombos que quiser, que os coma todos, com o maior prazer.
Agora dou por mim a pensar... Ele come-os bem assadinhos com que acompanhamento? Estou curioso. Um arroz de tomate? Um arrozinho de cabidela? Umas patas de pombo fritas em óleo fula? Não sei mas gostava de saber.
Que gente estranha, tinham ambos camisas ao xadrez, óculos, bigode, e pelos no peito. Tinham isto tudo que eu disse ao mesmo tempo que comiam tremoços e bebiam cervejas, num café de bairro, um bairro decente, ainda com alguns pombos. Se eles se quiserem encarregar de os levar daqui, força!
Eu fiquei boquiaberto com a conversa daqueles dois, mas, ainda assim achei piada, ainda que tenha pena dos pombos, pombos com penas, eu tenho pena, ouçam lá.
A esta hora os dois senhores já devem andar á caça ao pombo na estátua do marquês ou nos Jerónimos, é bom que os apanhem todos, todinhos, eles estragam-nos os monumentos. Estragar lhes-hão o estômago?
(história verídica)

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