sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

UM DEVANEIOZINHO...

Nesta manta leve de veludo branca me enrolo como uma pedra, uma pedra gelada já muito mocada e pontapeada. Com o jazz a soar ao fundo, o ambiente aquece e torna-se mais melancólico, o pé direito diminui com a qualidade da música e com a atmosfera pesada. Ao fundo na prateleira de vidro e metal preto, um candeeiro aceso, um candeeiro encarnado com abajour plissado. Ouvem.se os ponteiros do antigo e histórico relógio de marmore negro que nunca funcionou, os segundos passam pesadamente, tal como eles são. Umas velas no parapeito. O pavio está em combustão e a cera em erupção. Aromatizam a divisão já quente de antemão, canela e chocolate com algumas rugas de limão. O tapete conforta-me, é preto, gasto, pisado, usado, reciclado e algarvio. Os chapéus formam sombras caracteristicas na secretária preta lacada. Consigo quase vislumbrar um café de jazz, com música ao vivo, e eu a beber um licor ao som daquelas cordas e daqueles instrumentos de sopro dourados enores e ricos, um cantor a segurar no microfone, com uma presença inconfudivel a swingar ao bater das teclas do piano cor de pérola com acabamentos em marfim e prata...

2 comentários:

  1. Esclarece-me: "algarvio"? Porque fazes uso de tal palavra, que me é completamente estranha?

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  2. algarvio chama.se a alguma coisa que vem do algarve LOL lisboeta, algarvio, etc... lOl abraço

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