A mesa de pedestal estava fria.
Ela tinha uma nota na carteira.
Um gancho preso á madeixa.
Pegou no copo e ficou,
em pé quieta a olhar.
Tinha os lábios no copo.
O vestido era curto,
fino e colado ao corpo.
Nos seus olhos via-se odio.
Seu rosto,
de mulher.
As pernas,
finas.
Deixou cair o braço,
enfiou a mão na carteira.
De lá tirou a nota.
No balcão a deitou,
pagou a bebida,
despejada no copo.
O copo a meio,
o gancho semi-solto,
a madeixa a fujir-lhe.
Todo o copo bebeu,
de vinho o livrou.
Cabeça leve,
corpo quente.
Caminhou de volta para a mesa.
Onde tinha a alma presa.
De lábios caiu ao chão.
De sangue cobriu a sua mão,
de desgosto lhe partiu o coração.
Ficou.
Morreu de tristeza,
ainda com a alma presa,
á mesa de pedestal.
Fria terminou,
quente começou.
Foi-se.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
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