domingo, 27 de junho de 2010

- "Havia sido uma puta para mim" -

Quase não conseguia olhar para ela, naquele seu jeito de ser, agressiva e nada serena, já nem lhe queria mandar um olhar. Eu na cadeira da varanda, a ver passar o tempo com o compasso de espera ás costas e ponteiros no bolso, a ver o clima mudar, nuvens a descer e o sol da aurora a subir.
Nem lhe queria falar, não queria que ela me ouvisse. Queria magoá-la, ferir-lhe o ego e o sentimento, queria que ela sangrasse por dentro, queria que lhe doesse tanto quanto a mim me doeu quando ela me traiu com um outro tal.
Havia de sofrer tanto quando eu, havia de penar na vida tanto quando eu.
Tinha de passar tal e qual pelo que eu passei e por onde eu passei, mas mais lentamente teria de ser, para lhe doer mais do que a mim. Só mais.
E eu frio fui para ela, com desprezo lhe passava o pão que estava longe dela na mesa de jantar, com raiva lhe enchia o copo vazio da água que bebera, com nojo lhe servia a refeição, nojo e remorso. Eram esses dois juntos.
E com um grande "V" de vingança eu a via, com um grande "V" de vingança eu vivia para com ela. Ela merecia, havia sido uma puta para mim, traiu e magoou.
E putas é o que não quero na minha vida. Cm raiva de despedi dela sem sequer lhe tocar, no ar desenhei um adeus com a mão a acenar, no meio dos dedos transpirava ódio.
E foi muito bem feito.

2 comentários:

mensagens anteriores

direitos de autor reservados - em caso de abuso têm direito a ser processados - é bom saber

Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

novo contador de visitas - iniciado a 2 de Abril de 2010 - continuem a lêr-me que eu gosto

Seguidores