E foi quando estive lá, era de noite, fazia frei ventoso e o rio olhava-me de baixo dos pés.
Vi uma casa, linda casa, amarela, com tantas janelas quantas há num palácio. Vi uma senhora, corcunda e velha senhora, a preparar-se para o dia seguinte. Senhora sozinha, fechou as cortinas e estores antigos da sala que tinha, apagou a luz e deitou-se e, dormiu, penso eu.
Enquanto ela dormia confortável eu não deixava nem um segundo de pensar em quem a amava. Em quem a amava mas era capaz de a deixar ali sozinha á noite, tão só quanto o mar sem peixe.
Tão só e talvez triste. A dormir sozinha, a viver só. Ela e o seu só. Sozinha.
Fez-me pensar e fumar um cigarro a olhar para as janelas fechadas da casa bonita. Pensei e repensei, a nenhuma conclusão cheguei, continuei sem perceber como é que quem a amava a deixava ali sem ninguém, a noite toda.
E doeu.
Meti-me no carro, dei á chave, fui para casa a pensar sobre o que tinha visto e sentido. Deitei-me sobre o que via naquela noite fria. A angustia foi maior do que o sono e não consegui dormir.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Fogo, ate a mim me afectou... e a historia nem e real... gostei muito!
ResponderEliminarIS