Sabem lá estes dois o quanto o amor nos tem para dar enquanto vive dentro de dois peitos que se amam.
Amam-se muito mas não sabem amar sem discutir, amam-se mas não pensam em desistir da discussão, não sabem parar.
Quando estão juntos, pelo ar só voam palavras feias e fortes, com medo de aterrarem no chão frio. Estalos e empurrões candidatam-se á existência naquela guerra constante e estúpida.
Nem quando estão calados, ao lado um do outro ou á frente, se dão bem. Os olhares atiram-se de cabeça um ao outro, lutam como se não estivessem lá, os olhares esfaqueiam-se no meio do ar que os divide.
Só não discutem na cama, são estranhos, ninguém os percebe, nem eu que os descrevo sei o que ali se passa, o que aquilo é, o que aquilo pode ser.
O amor não pode ser só cama e prazer. Tem de haver mais do que isso, tem de existir conversa amiga, conversa sem ser de amor puro, conversa banal, informal, natural.
O amor não vive sem luta, mas também morre para quem lhe bate tanto. O amor é frágil e jovem, não o podemos mal tratar, não o podemos matar. Não o podemos matar quando é nosso, e não o conseguimos matar quando ele não está presente porque não o podemos apanhar. Não é palpável, é transparente e tão pouco versátil.
O amor só é uma coisa. O amor apenas é amor.
O amor é bom, quando dois o têm, quando dois o querem, quando dois o conseguem.
Não é preciso casar para haver amor. Não é preciso namorar para existir amor. Não é preciso sonhar para o amor viver. Não é preciso amar para haver amor, mas é preciso haver amor para se amar.
Gosto mais de ser amado do que gosto de amar. Amar é difícil, ser amado é tão fácil e ingénuo. Tão bom.
Francisco H. M.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
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Gosto!
ResponderEliminarIS
já há muito tempo que não gostavas de nada . . .
ResponderEliminarjá sabem, queridos leitores, que sem comentários e visitas eu não me motivo a escrever .
se é para escrever para as paredes eu escrevo num caderno e apago isto aqui (o blogue diga-se) .
Eu torno o que é meu publico por gosto . mas se não vos serve eu deixo tudo de parte e isto apaga-se .
cumprimentos
gostei muito deste Hipólito
ResponderEliminarAndreia M.